quarta-feira, 30 de novembro de 2011

"Minha Cozinha"

Sabe aquele emprego que tinha tudo, mas tudo mesmo para ser O emprego dos sonhos, mas acaba virando um pesadelo diário por causa do chefe? Pois é eu tive uma assim. A mulher era tão insuportável que até hoje eu não consigo se quer pronunciar o nome da criatura sem sentir um calafrio. Mas não é sobre ela que eu quero falar. Agora pouco passei em frente ao que por longos 3 meses foi praticamente a cozinha da "minha casa", uma vez que eu só voltava pra minha casa de verdade para dormir (é quase escravidão! ).
Como o salário não era lá grandes coisas, a "cozinha" não tinha nada de chique. Era prato feito mesmo, com direito a bastante arroz com feijão, filé de frango ( de carne quando eu queria esbanjar) e batata frita ( ou salada, mas nunca era minha opção!) e tudo isso por apenas R$10. Eu ligava todos os dias. Conhecia todos que trabalhavam lá pelo nome e o dono fazia questão de anotar meu pedido pessoalmente. Desconfio que o entregador tinha uma queda por mim, pois ia sempre com o cabelo molhado de quem acabou de dar um jeitinho e cheirando muito a perfume e com um enorme sorriso no rosto me dizia: Como você gosta, o feijão por cima do arroz! Juro que parece besteira, mas aqueles minutos era o momento mais legal do meu dia. Acabei contagiando a equipe toda, que era bem legal e todo mundo aderiu a comidinha caseira do boteco do seu Manuel, meu xará! Até a pentelha da chefe que era vegetariana se rendeu ao gostinho daquele hotkitute.
Meus colegas me disseram que mesmo depois que eu sai do emprego, quando eles ligavam para pedir comida, seu Manuel perguntava se era pra menina Manuela.
Hoje passei na porta e não era mais o mesmo. O boteco com cara de boteco tinha ficado mais chique e mudado de nome. Fico pensando se seu Manuel se cansou e vendeu ou se enricou e ficou metido a besta.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Recém casados

Depois da festa dos sonhos, os recém casados entram no cadilac 54 azul e branco devidamente decorado para a ocasião e seguem direto para a esperada lua de mel.

Noiva - Eu te amo!
Noivo - Eu é que te amo!
Noiva - Foi linda a festa.
Noivo - É. Até que foi...
Noiva - Até que foi? Eu nunca vi uma festa tão linda como essa! Até a sua avó se acabou de dançar...
Noivo - Foi linda sim.
Noiva - Tá. Fala. Qual foi o problema?
Noivo - Nada.
Noiva - Fala!
Noivo - A decoração.
Noiva - O que tem a decoração?
Noivo - O que era aquele mato em cima das mesas? Nem dava pra conversar direito.
Noiva - Mato em cima da mesa que você diz é o arranjo mais caro da floricultura. E foi a tua mãe que escolheu. Eu te conheço, desde quando você se preocupa com a decoração? Fala logo. O que é?
Noivo - A gravata do boneco do bolo.
Noiva - Eu não vi nada na gravata do boneco. Tava tão lindinho...
Noivo - A gravata era verde. Poxa vida! Pedi tanto que a gravata fosse vermelha e preta igual ao meu mengão.
Noiva - Ah Pelo amor de Deus, a confeiteira fez um bolo maravilhoso, até necau balls ela colocou pra te agradar e você tá chateado por causa da gravata do bonequinho. Ele nem parecia com você mesmo.
Noivo - Pra você ver com ela não teve a menor consideração. Colocar nescau balls no bolo é fácil. É só comprar uns saquinhos abrir e jogar em cima. Agora o bonequinho não. Precisa de trabalho, de atenção, cuidado. E ela não teve cuidado com a minha gravata.
Noiva - Eu não to acreditando!
Noivo - A gravata vermelha e preta era a minha única exigência nesse casamento. Nem para a data eu tive voz. Meu único toque era a gravata vermelha e preta do bonequinho. Igual essa aqui ó!
Noiva - Tá bom, querido. Quando voltarmos eu ligo pra reclamar, ok?
Noivo - Se você a noiva que tivesse com o vestido verde, você ligaria na hora! Aliás eu acho que você nem casava.
Noiva- Mas não tem o menor cabimento ligar pra confeiteira na noite de núpcias. A não ser que ela tenha envenenado todos os convidados, nenhum casal liga. O que ela vai pensar?
Noivo - Tem razão.