sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A virada


Oi gente! Agora sim 2012 pode começar direito. Precisei de alguns dias pra poder me recuperar do Réveillon. Se foi porque eu bebi muito? Não exatamente. Mas a odisseia do dia 31 para o dia 1º foi tudo o que eu não esperava. Realmente 2011 não foi um ano muito bom e fechou com chave de ouro ( ou merda). Pois bem, se prepara que eu vou contar!
Pra começar, quando se é filha de pais separados, você tem que decidir com quem vai passar o Natal e o Ano Novo fica para o outro. Sempre. Independente de quantos anos você tenha (pelo menos na minha família). Geralmente eu passo com o meu pai o Natal e torço pra minha mãe arrumar uma viagem bem legal para que eu utilize seu apartamento no Arpoador para fins de entretenimento, o que nunca acontece. Mesmo assim, minha presença é sempre requisitada quando afirmo que ficarei no Rio de Janeiro. Boa parte da família comparece claro, até porque ninguém é bobo, podendo ver os fogos a 2 passos portaria a fora ( tá dá 10 uns passos, mas entende? é bem perto!) e um jantar regado a bons drink (mamãe sabe receber) né? Eu é que acho meio deprê, a televisão tá sempre ligada na programação de fim de ano da Globo e vamos combinar que aquele show da vira simplesmente não dá! E fora que eu fico morta com farofa do trabalho que dá fazer aquela ceia.
Porém esse ano foi diferente. Achei até bom ir pro jantar na casa da minha mãe. Afinal nada tinha planejado para o fim de ano (mais uma vez) e ver os fogos estava nos meus planos. Até me ofereci pra ajudar. De livre espontânea vontade. Juro! Fiquei de fazer uma salada ceasar.
Como sou brasileira e não desisto nunca, não espera, não é isso. Como sou brasileira e deixo tudo pra última hora, dia 31 de manhã lá fui eu para o mercado comprar os ingredientes que faltavam na casa matriarcal para que eu pudesse fazer a tal salada. Mercado em dia de Natal ou Réveillon é igual a banco em dia de pagamento. Horas para comprar anchova, mostarda e um saquinho de queijo parmesão ( pô anchova tudo bem. masa falta dos outros 2 ingredientes me decepcionaram hein mãe!).
O dia corre, troca de roupa daqui, combina de encontrar os amigos dali, apressa o bofe que tá deitado no sofá de cueca, separa os ingredientes da salada, faz o cabelo e capricha na maquiagem. Diz que a roupa do companheiro tá horrível, ele troca o sapato. Se prepara pra sair e percebe. Chove muito no Rio de Janeiro apesar do clima de deserto dessa cidade. Volta pega o guarda chuva sob protesto do namorado alegando que não carregará aquilo pela Atlântica. Milagrosamente para um ônibus da linha 413 (Tijuca - Jardim de Alah) na porta do prédio e deixa a gente se aglomerar com os demais futuros participantes do Réveillon de Copacabana (só um senhor que desceu na Avenida Presidente Vargas - deu pena tadinho!) E olha, aquele bonde tava tão cheio quanto animado. O cobrador, um viado engraçadíssimo logo me arrumou um espacinho entre sua cadeira e a cadeira da frente. Fui no alto. Logo descobri que ele tinha levado um kit sobrevivência com direito a ceia, cerveja e cidra pra estourar na virada. ADOREI! Gente confinada com cerveja não aguente e solta mesmo o gogó. Claro que o hit mais cantado foi "Ai seu eu te pego" (valeu Teló!), mas legal mesmo foi quando os tripulantes encheram o pulmão pra cantar "Rema, rema, rema remador, vou botar no cú do cobrador...". O mesmo não se fez de rogado e com cara de surpresa disse: Eu não tinha pensado nisso quando entrei na profissão. Adorei!
Na altura do hotel Glória o transito parou de vez. Se eu tivesse de jegue eu tinha chegado mais rápido. Comecei a temer não chegar na hora de fazer a salada. Poxa vida, dessa vez que eu tinha me proposto a fazer eu realmente queria. Minha irmã também pelo que parece (me ligou várias vezes para saber onde eu tava, com se toda vez que ela ligasse o ônibus andasse). Graças a Deus, em Botafogo o motorista errou o caminho e pegou uma via livre livre e cortamos um bom caminho. O pessoal foi ao delírio. Naquele momento nem lembrei de salada. Tava feliz que ia dar tempo de ver os fogos.
Consegui chegar às 23h e pasmem, nego já tinha jantado! (Falta de consideração coma minha pessoa!) Minha irmã já tinha se mandado pra uma festinha e eu não consegui fazer a salada ceasar. Pelo menos jantei. E comi bem!!!
Descemos, encontramos com amigos, e vimos os fogos embaixo de muita chuva e entre vários guardas chuva abertos. Foi bonito, pelo menos o que eu consegui ver. Achei com pouco de fumaça demais. Fui para no show da Blitz, que eu curti também. Tava tudo direitinho quando tivemos a brilhante ideia de ir para a apresentação do DJ David Gueta. Ai meu inferno astral mostra realmente a que veio. Nem Dalai Lama conseguiria manter a calma no meio daquela multidão. E multidão de selvagens, porque ninguém ali parecia estar se divertindo e sim num empurra empurra de dar inveja a muitos lutadores de MMA. Nem o guarda chuva sobreviveu. Ficou por lá mesmo! (eu acho!) Ali de frente para o Copacabana Palace no meio daquela multidão e eu só conseguia pensar em Narcisa e se eu fosse ela também jogaria ovo nesse povo (Deus que me perdoe!). Saí o mais rápido que pude dali, o que demorou certa de 15 minutos para percorrer 30 metros. Deu tempo até de encontrar um amigo do bofe que não via a anos de Brasília.(E mesmo bêbados eles se reconheceram!).
Quando consegui sentir um arzinho no rosto senti um puta alívio. Mas aí começou minha São Silvestre. Preciso chegar em casa. E agora? Ônibus? hahahahaha Lotados e bem poucos. Sério, tinha gente pendurada do lado de fora! Taxi? Onde? Cadê? Metro? Você comprou o vale metro réveillon com antecedência? Não? Nem eu! O jeito é pernas pra que te quero até achar uma boa alma num carro amarelo de listas azuis para chamar de fada madrinha. Andei muito! Fui até o cemitério São João Batista depois de ter atravessado o túnel novo ( pra quem não conhece o Rio de Janeiro, é longe pra caralho!!!!! Pra caralho!!!!) E lá pelas 4 horas da manhã um senhor com bafo de cachaça nos resgatou e nos levou embora. Voltei meio apreensiva. Torcia com toda a força do meu estômago para a loja de conveniência do posto estar aberta para poder abastecer, pois esqueci que no dia 1º não abre nada e comida em casa nem cheiro tinha. Pra minha sorte tava aberto e compras foram feitas.
Depois de um belo banho e outros prazeres a mais (tsc tsc) fui dormir lá pelas 7 da matina.
Tomara que 2012 seja agitado, mas vamos deixar as trapalhadas no ano passado, ok?
Feliz ano novo pra vocês SEUS LINDOS!!!!!!!!!!!!!

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