domingo, 22 de maio de 2011

O mundo é um ovo, o Rio de Janeiro é uma kitinete em Copacabana.

Há um ano eu estava terminando de gravar a segunda temporada do programa Operação S2 do Multishow. Tinha acordado às seis horas da manhã para me arrumar e a gravação começou pontualmente às oito. Depois de passar a manhã conhecendo a casa do participante, mexendo em suas coisas (cuecas principalmente), ter ido à praia para uma aula de surfe, competido de kart, e escolhido uma roupa “ descolada” tinha finalmente chegado à penúltima etapa do dia: o corte de cabelo. Fora o meu siso que estava insistindo em vir a esse mundo de qualquer maneira e que estava me causando dores que faziam meus olhos lacrimejarem e acabar com a minha maquiagem em segundos, tudo estava correndo bem. Já passava das sete da noite quando resolvemos gravar uma simples e inocente cena de nós três (eu, Nicole e o “solteiro do dia”) caminhando para o salão. Só que no caminho tinha uma pedra. Mentira! No caminho tinha uma bicicleta carregada de sacos de gelo que não combinava nada com a cena. Mas tudo bem, estávamos na porta de uma boate que tinha que se preparar para abrir. Vamos esperar. Depois de bastante tempo e sem mais nenhum saco de gelo, a bicicleta continuava lá. Parada e vermelha, ela continuava sendo um problema para nossa cena, que deveria ter levado 10 segundo, já nos tinha tomado mais de 15 minutos. Foi então que arregacei as mangas e movi o objeto indesejado até uma árvore logo na frente, longe da visão da câmera. Porém, fui avisar ao “gerente” da casa onde estava o objeto. Acho que ele entendeu errado e foi logo com 4 pedras na mão pra cima de mim. Dizia que era um absurdo esse povo da TV que acha que o mundo tem que parar para que eles possam gravar. Que ele não estava ali pra tornar meu trabalho mais fácil e que eu esperasse o tempo que tivesse que esperar. Achei melhor nem responder ao indivíduo e gravamos a tal cena nos tais 10 segundos. Acabado eu coloquei a bicicleta no lugar onde estava.

Enquanto, o “solteiro do dia” cortava o cabelo, fui fumar (eu sei, terrível vício!) um cigarro do lado de fora do salão. Eis que lá estava também o “gerente” enfezado cometendo o mesmo pecado que eu cometeria. Achei que pedir o isqueiro emprestado poderia ser uma boa maneira de esclarecer qualquer mal entendido. Piorei a situação. Os desaforos só aumentaram e depois de tentar explicar e escutar muita coisa, mandei um “não quer entender, problema seu então”, dei as costas e fui cuidar do meu. Já tínhamos acabado a gravação e estávamos guardando os equipamentos, quando o tal homem das cavernas das boates se aproxima e me pede um abraço de desculpas, dizendo que estava mega estressado e cansado. Desculpas aceitas, cada um seguiu seu caminho.

Ontem a noite fui, por acaso, visitar uma amiga que tinha acabado de mudar para um apartamento novo. Levei umas cervejas e conheci o namorado dela. Papo vai, papo vem, o cara disse que tinha trabalhado na tal boate. Na hora eu liguei o caso a pessoa e contei a ele. Nós rimos disso tudo, ele me pediu desculpas novamente e ficou tudo bem. Agora, olha... o mundo é um ovo, o Rio de Janeiro é uma kitinete em Copacabana.


2 comentários:

marcelo disse...

Manu, seu jeito de escrever é demais....acompanho vc deste o S2....bjs..bjs...quem sabe numa kitinete ou nesse ovo do rio de janeiro a gente se esbarre...rsrsrs

Manuela Penque disse...

Ahhh muito obrigada! Adoro elogio! quem não gosta MENTE! Muito obrigada pelo carinho. Bjossss