terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Quem cola não sai da escola?

Prova de matemática. Não sei nada. Cutuco meu amiguinho da frente. Ele não para de escrever. Deve saber resolver a porcaria da questão. O amiguinho finge que não vê. O Tempo passa. A professora ajeita os óculos com o indicador direito e olha pra turma enquanto folheia o jornal. É a minha chance de não ser pega. Cutuco o amiguinho da frente mais uma vez. Ele pede pra esperar. O Tempo passa. Agora a professora balança a perna esquerda, parece estar meio impaciente. Tudo certo, ela continua lendo o jornal. Mas que raio de notícia deve ter a deixado tão agitada? Esquece isso! Concentra na prova, ou melhor, no amiguinho da frente que se me mandar esperar mais uma vez vai virar coleguinha. Finalmente ele atendeu as minhas recentes súplicas de ajuda (lê-se beliscões). Contamos até três e trocamos as provas. Meu coração parou por um instante. Segurei o fôlego e olhei pra frente com medo da professora ter visto algo. Nada. Ela continuava lá, entretida com o jornal. Suspiro de alívio. Agora era só esperar o meu melhor amiguinho da cadeira da frente acabar de fazer a minha prova e trocaremos novamente. Ei?! Trocaremos novamente? Nem pensar! Muito arriscado! Cutuco-o mais uma vez. E digo como em sussurro, coloca o teu nome nessa prova. No auge do nervosismo, acho que falei um pouco alto e despertei a inveja dos colegas ao redor. Mas a rebelião logo foi contida e ninguém deu um pio. Entregamos a prova e fomos felizes para sempre. Certo? Errado.

No dia seguinte me adentra em nossa sala um senhor que mora ao lado da escola, a janela da sala dele dá exatamente de frente pra nossa sala. De repente o homem começou a falar que viu o tal coleguinha da frente trocando as provas comigo. Oi? Da onde veio esse homem???? Foi a coisa mais sensata a falar. E a resposta veio - Vizinho da escola e pai do futuro aluno que estudará aqui ano que vem. Eu vi tudo da minha janela.- Puta merda, quais são as chances disso acontecer? Era tão surreal que professora não agüentou e riu. Logo depois pediu desculpas ao homem e disse que tomaria providências. No fim, tomamos zero e vamos ficar para recuperação.

Foi assim que eu contei pra minha mãe que tinha me ferrado na escola.

5 comentários:

Cadu Scoralick disse...

Hahaha! Manero! Curti seus textos até agora..ta mandando bem!
Até o próximo,
Bjs.

Manuela Penque disse...

Obrigada! Bjos

Anônimo disse...

hehehe boa história. tá com a mão boa pra escrever hein Manu! Continue! tá massa!

Jessica יסכה disse...

Caramba! Esse velho brotou nessa janela, só pode! Eu ri muito com o texto até imaginar que ele tenha acontecido. Aí, né? Como diziam os velhos filósofos gregos: que puta sacanagem! Beijos, Manu!

yasmin disse...

caramba que intrometido filho da puta, coitado do seu amigo